E agora que o meu filho vai para o berçário?


A Importância do Berçário no Primeiro ano de vida
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Com a chegada de um filho, os progenitores traçam os melhores planos para que o futuro do seu primogénito seja promissor, dando real importância à sua educação e desenvolvimento. Após a licença de maternidade, e, consequente, regresso ao trabalho, surge aquela angústia de enfrentar a primeira separação e de decidir com quem é que o seu filho irá ficar na sua ausência. Nesta perspetiva, muitos pais ponderam em relação à educação dos filhos recorrendo a várias opções plausíveis: Avôs, Amas ou Berçário? 

A escolha do melhor cuidador implica um compromisso e em todos as situações existe vantagens e desvantagens, no entanto, desde que nasce, a criança necessita de estímulos para um melhor desenvolvimento, de acordo com a sua faixa etária, pelo que o Berçário assume-se como um grande apoio na educação das crianças, satisfazendo as suas necessidades individuais, favorecendo as suas múltiplas formas de expressão e comunicação, e as suas capacidades motoras e cognitivas.

Além disso, o Berçário destaca-se como um grande parceiro da família e comunidade, desenvolvendo relações emocionais e sociais pelo que vários especialistas asseguram que o seu desenvolvimento melhor será se estiver em contacto com outros bebés dentro da mesma faixa etária. De facto, esta oportunidade de conviver com pares, seus iguais, de conhecer outros adultos, de fazer parte de uma equipa educativa e de um ambiente acolhedor e convidativo possibilita às crianças o seu crescimento e favorece o desenvolvimento das suas potencialidades integradas de forma harmoniosa.

Atualmente, o Berçário inclui um currículo estruturado, assente num projeto pedagógico de sala, que representa, de um modo particular, as necessidades, interesses e aprendizagens inerentes ao desenvolvimento de cada criança, e do grupo, em geral.

Para além disso, apresenta uma rotina diária consistente e flexível, integrando atividades de estimulação e de brincadeiras livres, promotoras de experiências de aprendizagem e cuidados de qualidade ao nível da satisfação das necessidades de descanso, alimentação e higiene dos bebés. Neste sentido, os pais devem estar conscientes dos melhores espaços com os quais se identifiquem e que acolham bem o seu filho, para que a sua adaptação ocorra da melhor forma e, no geral, fiquem todos satisfeitos no regresso ao trabalho.

Um Berçário de qualidade reúne as condições necessárias relativamente ao espaço (equipamentos e brinquedos pedagógicos e adequados a cada faixa etária) e equipa educativa (confiança, afetividade e calor humano) assim como concilia momentos em que os próprios pais poderão visitar a sala e acompanhar o seu filho gradualmente, especialmente, a mãe, para que tenha a possibilidade de dar continuidade aos hábitos de amamentação. 

Após a escolha do melhor Berçário para o seu filho, a própria família experimenta um conjunto de sentimentos, dúvidas e receios no momento da adaptação: 
O meu filho irá ficar bem? 
E se ele chorar? 
Será que vai ficar doente? 
Será que lhe vão dar atenção e carinho?

Preparar a entrada da criança no Berçário inclui tempo e disposição e promover uma boa adaptação implica uma mudança na rotina e tempo que se vai ajustando gradualmente. Implica também apoio, compreensão e confiança no ambiente educativo assim como segurança no momento de adaptação, transmitindo esse sentimento positivo ao seu filho.

O período de adaptação depende de vários fatores: de cada criança, das suas características pessoais, da relação familiar, do grau de autonomia dado à criança, deixando-a conviver com outras pessoas assim como permitindo que passe algum tempo sozinha sob sua supervisão. No entanto, os pais deverão tomar medidas positivas para que este momento seja feito da forma mais tranquila possível e assim diminuir a ansiedade provocada pela angústia de separação. 

Conversar e confiar nos profissionais de educação, é o primeiro passo, tirando todas as suas dúvidas e partilhando as suas angústias, afinal eles serão os melhores amigos do seu bebé, na sua ausência, continuando os cuidados básicos, desenvolvendo atividades de estimulação sensorial, desenvolvendo relações interpessoais, e dando, afeto. Neste sentido, é aconselhável realizar uma transição gradual, antes de voltar ao trabalho, em que pais e filhos adaptam-se simultaneamente ao espaço e dos materiais, desenvolvem brincadeiras na sala, e estabelecem ligações afetivas com os pares e os adultos como forma de diminuir a ansiedade e insegurança. 

Pais e equipa educativa têm o grande desafio de possibilitar um bom desenvolvimento do bebé, sendo o processo de adaptação a primeira etapa, sem receios, pois faz parte do crescimento pessoal de cada criança.

Pela Educadora de Infância 
Sílvia Alves 


07 outubro 2015